Semanas atrás o Yahoo
decidiu que seus colaboradores não poderão mais trabalhar em home office e
deverão ir ao escritório todo dia. Há tempos não se via uma comoção
tão grande! Blogs, articulistas, até a The Economist, criticaram a
decisão. O Yahoo foi chamado de retrógrado para baixo.
Na opinião de Thiago Zanon,
diretor de RH na Tishman Speyer, não temos elementos suficientes para julgar se
o Yahoo está certo ou não: “Apenas eles sabem das necessidades e da realidade
de seus negócios. Será que houve abusos? A produtividade caiu em vez de subir?
Essa é uma decisão que inicia uma transformação muito maior na estratégia da
empresa?”
Thiago salienta que toda
essa discussão parece meio fora de foco. Para ele, home office requer
maturidade e objetivos claros e firmes para funcionar e alguns grupos
específicos realmente precisam dele, por exemplo, mulheres com crianças
pequenas, pessoas com dificuldade de locomoção etc.
Lana Leal, executiva na HR
Academy, se posiciona no time que é favorável ao home office, mas salienta que
é preciso ser responsável e disciplinado. Ela diz: “Acredito que a partir do
trabalho em equipe, reuniões e conversas paralelas no corredor geram ideias e
melhoram o trabalho no dia a dia, mas da forma que vivemos hoje, cuidar da
saúde, família, trabalho e vida interior em apenas 24 horas não é suficiente.
Sem falar no trânsito ou na distância que muitos enfrentam para chegar até o
trabalho. Por que não facilitar um dia ou dois por semana trabalhando home
office? Sua produtividade cairá? Depende de como você encara isso!”
David Ulrich publicou, em
2010, um livro chamado Porque trabalhamos, ali, ele resgata que as pessoas
trabalham em busca de significado (além do acerto de contas no final do mês), e
que esse significado é construído também pelas relações que se desenvolvem no
ambiente de trabalho. A energia que resulta dessa interação também produz
pessoas mais eficientes, criativas e engajadas. E isso é bom!
Thiago é bastante enfático:
“Na minha opinião, deveríamos construir ambientes nos quais as pessoas
desejariam estar. Se eu posso ir ao escritório, eu deveria achar isso uma fonte
de inspiração e criatividade, algo capaz de fortalecer minhas relações de
afeto, de construir minha identidade profissional. Não tenho a menor ideia
se a decisão do Yahoo foi acertada, mas tenho quase certeza que existe muito
valor no contato que apenas o trabalho em equipe, cara a cara, todo dia, pode
trazer. Como quase tudo na vida, existem dois lados para o home office”.
E você, o que acha do home
office?
Fonte: Exame
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