Aproximadamente 2 mil pessoas mantiveram a rodovia Régis
Bittencourt fechada nos dois sentidos na altura de Embu das Artes por
quase 3 horas na noite dessa quinta-feira 11, durante o ato unificado
dos trabalhadores, jovens e movimentos populares das cidades de
Itapecerica, Embu das Artes e Taboão, no chamado Dia Nacional de Lutas.
Apesar da manifestação ter sido pacífica uma mulher se feriu após ser
atropelada por um veículo que passava pela marginal da Régis em direção
ao centro de Embu. A mulher estava em cima do muro que separa as pistas,
se desequilibrou e caiu sobre o veículo. Os manifestantes acusaram
policiais militares de jogar de cima das pontes do Rodoanel três bombas
contra a multidão. Houve correria.
A manifestação desta quinta só não ficou esvaziada porque os
integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) das cidades
de Taboão, Embu e Itapecerica aderiram em peso ao ato. Rapidamente eles
fecharam a Régis Bittencourt próximo da alça de acesso ao Rodoanel. Em
menos de cinco minutos já havia pneus queimando na rodovia e uma vasta
nuvem de fumaça cobrindo o local. Instantes depois os manifestantes
estavam nas pontes do Rodoanel sobre a BR estendendo faixas alusivas ao
MTST sob gritos da multidão “ a Br é nossa”, “Criar, criar poder
popular”, entre outros. Entre os participantes do ato o sonho do casa
própria era elo comum. As crianças traziam na ponta da língua esse
desejo.
Foi ao líder do MTST, Guilherme Boulos, que o policial rodoviário
federal Ricardo De Paula informou sobre uma liminar concedida por um
juiz federal que proibiu o bloqueio de rodovias federais, sob a alegação
de que os bloqueios impedem o direito de ir e vir. A manifestação não
se referia especificamente ao MTST e por conta disso Boulos não a
recebeu, mas acabou se comprometendo a deixar a rodovia com o grupo em
poucos minutos.
Munidos de cartazes, faixas, carros de som, apitos e também
tambores os manifestantes tomaram ruas do centro de Embu e Taboão. Em
Taboão a mobilização reuniu menos de 50 pessoas na praça Luiz Gonzaga,
que subiram a Kizaemon Takeuti e seguiram rumo a Rodovia. m
Itapecerica, cerca de dez jovens seguiram para a praça 21 de Abril,
centro de Embu, afim de unificar forças. Na cidade, nenhum movimento foi
realizado, poucas pessoas foram até a Praça Largo da Matriz. Durante
todo o trajeto era constante o apoio dado pelos motoristas e
comerciantes por onde os manifestantes das três cidades passavam.
Os movimentos da região fizeram coro à pauta nacional do Dia de
Lutas que pede o fim da violência policial nas periferias e contra a
criminalização das lutas populares, a tarifa zero para o transporte
público, exigindo mais saúde e educação no chamado padrão FIFA, contra o
uso de dinheiro público na Copa e Olimpíadas, reivindica controle sobre
o valor dos aluguéis e a redução da jornada de trabalho para 40 horas
semanais, sem redução de salário.
O MTST e o Periferia Ativa apresentaram aos governos a pauta de
reivindicações que o combate à especulação imobiliária, implantação de
política federal de desapropriação de terrenos ociosos e destinação de
terrenos da União (SPU) para habitação popular, política de combate a
despejos forçados,qualificação e desburocratização do Programa MCMV
Entidades e pela construção de política federal de aluguel social.
Várias empresas encerraram o expediente mais cedo devido ao ato e alguns comércios baixaram as portas no período da tarde.
Fonte: Jornal Na Net
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