Você sabia que alguns alimentos têm ação inflamatória no
organismo? Muita gente ignora isso, mas escolher o que comer e o que
deixar de lado pode reduzir ou aumentar os efeitos da inflamação no
corpo.
Ao classificar os alimentos de acordo com seu
grau mais alto ou baixo de ação inflamatória, pesquisadores e
especialistas foram capazes de concluir, por exemplo, que uma grande
dificuldade para emagrecer pode ter origem nas escolhas feitas para
compor o prato, mesmo que se esteja levando em conta a quantidade de
calorias.
Além de prejuízos estéticos, uma dieta
rica em alimentos inflamatórios e pobre em itens com efeito oposto também pode afetar seriamente a saúde.
“De acordo com os componentes alimentares
escolhidos, uma dieta pode proteger contra uma resposta inflamatória
exacerbada e ser protetora indireta do desenvolvimento de algumas
doenças, como câncer, doenças cardiovasculares e outras doenças crônicas
relacionadas com inflamação”, exemplifica o nutricionista José Aroldo
Gonçalves, professor e diretor da NutMed, do Rio de Janeiro (RJ).
O índice inflamatório foi criado por
pesquisadores norte-americanos em 2010, para avaliar o potencial de
contribuição da dieta nesses processos. Considera-se, assim, uma série
de alimentos como os mais anti-inflamatórios .
Já o grupo dos alimentos com maior potencial inflamatório
inclui, em ordem descrescente, carboidratos, lipídios, gorduras
saturadas, colesterol e ácidos graxos ômega-6. Conheça a seguir algumas
das características desse grupo e entenda por que o organismo agradece a
decisão de evitar ou ao menos reduzir o consumo desses alimentos no dia
a dia.
Presentes em alimentos processados, elas são semelhantes em estrutura à gordura saturada, mas têm um impacto ainda maior sobre os altos níveis de colesterol total e LDL (o colesterol “ruim”), enquanto diminuem os de HDL (o colesterol “bom”).
Gordura saturada
Ela é encontrada em produtos de origem animal, como carnes e laticínios – fast-food também tem grande concentração dessa gordura. Aumentar a ingestão dela contribui para aumentar os níveis de colesterol total e de LDL, além de elevar o risco de doença cardiovascular.
“De acordo com o Journal of the American College of Cardiology (2006), a gordura saturada estimula inflamação que resulta em obstrução do fluxo de sangue, o que pode conduzir à aterosclerose”, orienta Gonçalves.
Deste modo, recomenda-se consumo não superior a 10% das calorias totais a partir de gordura saturada, para quem não tem risco cardiovascular, e não mais que 7% para os que têm esse risco.
Açúcar simples e pão branco
Estes alimentos são conhecidos como carboidratos de alto índice glicêmico, ou seja, promovem elevação rápida na glicose que circula na corrente sanguínea. Também são promotores de inflamação no corpo e seu consumo frequente está associado a um maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
“Estudos recentes vêm mostrando a correlação entre a qualidade dos carboidratos da dieta e importantes fatores de risco de síndrome metabólica e obesidade”, ressalta o nutricionista.
Álcool
O consumo de bebidas alcoólicas também podem
desencadear alguns efeitos de inflamação, como vermelhidão da face, dor
de cabeça e mal-estar geral. Tais condições podem ser exacerbadas em
pessoas cujo organismo apresenta maior dificuldade em metabolizar o
álcool.
“Altas doses de álcool, em geral, provocam anormalidades
na parede do intestino, redução na capacidade do intestino de absorver
nutrientes e interferência no metabolismo celular das vitaminas do
complexo B, do acido fólico e do ferro” anumera Gonçalves.
Leite (e derivados) e glúten
Macromoléculas de alimentos ricos nestes compostos têm a
capacidade de atravessar o epitélio gastrointestinal e entrar na
circulação, desencadeando processos inflamatórios em quem tem
hipersensibilidade à lactose e ao glúten. Quem não tolera esses
alimentos, deve evitá-los e buscar orientação médica e nutricional para
lidar com o problema sem muitos prejuízos à alimentação. Glutamato monossódico
Presente na grande maioria dos temperos e dos alimentos pré-prontos, o glutamato monossódico (também conhecido como MSG) atua como um realçador de sabor. No entanto, diversos estudos apontam consequências nada saborosas relacionadas ao consumo deste sal, desde a destruição das células da retina até influência na secreção de insulina pelo pâncreas a e na tolerância à glicose em indivíduos saudáveis.
“Uma das reações mais reportadas quando da ingestão de glutamato monossódico são as dores de cabeça ou enxaquecas”, diz o nutricionista José Aroldo Gonçalves.
Outros sintomas associados à ingestão dessa substância incluem desde erupções cutâneas, prurido e urticária até náuseas, vômitos, asma, alterações de pressão arterial (decorrente do sódio), irregularidades cardíacas, depressão e até convulsões.
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