Não basta – infelizmente – só trabalhar, cumprir tarefas e realizar soluções. É preciso também ter alta performance no desenho da carreira. Claro que trabalhar bem dá aval, reputação, relacionamento e perspectivas. Só que tudo isso não pode ser mais tratado como conseqüência, um 'bônus', pela excelência profissional. É preciso, além disso, focar, concentrar-se na sua própria estratégia e trabalhar também por ela.
O plano padrão da carreira
A questão é que, implicitamente, todo trabalho já traz um 'plano de carreira' embutido. É, aos olhos da estratégia, uma armadilha. É o roteiro padrão de desenvolvimento profissional que o mercado propõe aos seus integrantes. É o plano coerente e lógico. Mas, não funciona para todos. Justamente porque é o plano da maioria. Em que a diferenciação - tão importante para a propalada 'vantagem competitiva' - resume-se a mais empenho, produtividade e eficácia. Ou seja, pelo plano padrão atinge-se o sucesso quem trabalha mais para o trabalho.
E alguns conseguem. Mas, quando não há vantagem competitiva os profissionais tendem a ser muito parecidos em suas competências – o que tornam colegas de profissão concorrentes por posições. Por isso que uma estratégia própria, alinhada às características e às ambições de cada um é fundamental. Pessoas, e seus sonhos, são diferentes e têm suas particularidades. Isso precisa ser levado em consideração na estratégia.
Outro erro comum na formação da estratégia de carreira é enxergar como objeto de planejamento a profissão. Isso porque toda profissão apresenta a sua ocupação clássica e preferencial, ou seja, tem um objetivo de mercado definido. Porém, há diversas outras ocupações relacionadas à determinada profissão e toda hora surgem novas.
Um exemplo: na minha carreira tive o prazer de lecionar no mesmo curso e na mesma instituição de ensino onde me formei - a Faculdade Cásper Líbero. Lecionei no curso de Publicidade e Propaganda entre 2002 a 2006. Lecionei também em outras faculdades, no mesmo e em outros cursos. Como professor em curso de "PP", meus alunos se formaram publicitários, claro. E muitos começaram a sua jornada como publicitários. E alguns, hoje, têm relativo sucesso, enquanto outros batalham dia após dia pelo seu crescimento na profissão. Esse é um resultado normal, como dito anteriormente quando todos têm a mesma estratégia há a competição e nem todos conseguem crescer juntos.
Por outro lado, também tive alunos que focaram nas suas particularidades e gostos. E aproveitaram-se da atividade publicitária como mola propulsora para um plano diferente. Abriram-se para suas ambições e para as oportunidades diversas do mercado. Hoje tenho alunos que fazem carreira de sucesso em 'outras' ocupações. Só para citar as mais latentes, são profissionais em marketing, em marketing de relacionamento, em comunicação empresarial, em inteligência de mercado, e mais recentemente, em mídias sociais e todas as ocupações ligadas à internet e meios digitais.
Foco em tendências, oportunidades e novidades
Claro que eles também enfrentam competição e concorrência. Porém, comparativamente, num volume e escala menor. Porque, infelizmente – ou felizmente para eles – a maioria dos profissionais conduz suas carreiras dentro dos parâmetros do plano padrão. E também não levam em consideração as tendências, oportunidades e novidades que surgem no mercado. Quem trabalha também para sua estratégia está sempre ligado no mercado e em caminhos para desenvolver seus conhecimentos e habilidades.
É por isso que é preciso ter uma estratégia para a vida e o futuro profissional. A estratégia tem a profissão como ponto de partida e a ocupação planejada como objetivo. É o longo caminho entre o que "eu sou" e para o que "eu servirei". A profissão é a base, consigo traz uma ocupação e o perfil recomendado para uma boa performance. Só que uma profissão não deve ser um fim em si mesmo. Deve ser uma alavanca para sua estratégia se valer dela para realizar seus objetivos e sonhos.
Fonte: administradores.com.br
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