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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Líderes solitários



A matéria publicada na Revista Executivo de Valor (maio 2012), abordou a questão da solidão entre líderes e profissionais que atingem cargos de poder nas organizações. Trata da existência de fóruns exclusivos que permitem a interação e sociabilidade entre diversos líderes, de diversas empresas. A relevância dos eventos está na troca de experiências e no compartilhamento de questões profissionais e decisões pessoais entre líderes que ocupam cargos de poder nas organizações.

O que chama a atenção – sem considerar todos os demais propósitos desses fóruns – é o nome da matéria, que torna possível questionar sobre a premissa de que um CEO, líder ou gestor não poder expressar suas indecisões e fragilidades pessoais diante da equipe, e por isso a criação de eventos específicos que permitam o relacionamento interpessoal de profissionais que ocupam os mesmos cargos: "receita para amenizar a solidão no poder".
Para Kanaane (1999) dentro das empresas, os indivíduos se envolvem em relações de poder e autoridade; e a transparência, espontaneidade e naturalidade pode representar um dos maiores avanços em termos de comportamento humano nas organizações. Pode-se entender que a observação do autor percorre a pirâmide hierárquica em qualquer direção e propõe a desmistificação da característica austera dos lideres modernos.
É comum observar a questão do comportamento e da emoção sendo tratados no médio ou baixo nível hierárquico, mas se o senso comum entende que dinheiro, por si só, não traz felicidade, então pode ser relevante para uma equipe compreender que, em se tratando de emoções - aflições, angústias, estresse, solidão e ansiedades de um chefe, gerente ou CEO - a sobrecarga emocional e as indecisões, podem ser tão grande quanto o título de seus cargos, e assim desmistificar a austeridade como sendo uma característica comum á todos. Contudo, não cabe questionar ou julgar as características emocionais exigidas por um ou outro cargo, mas observar os líderes enquanto pessoas.
A revista seleciona os melhores executivos de 2011 – e dentre outras, destaca-se a opinião de alguns dos eleitos sobre o que nunca se deve deixar de fazer na vida corporativa: para Alessandro Carlucci, presidente da Natura: "nunca deixar de olhar para quem você é" e perder seus valores humanos; já para Fábio Venturelli, presidente do grupo São Martinho: "é nunca deixar de se questionar se está feliz com seus projetos" etc.
Assim, fica aberta uma lacuna para discussão, mas talvez as definições austeras que caracterizam os grandes líderes, possam ser substituídas. E uma nova linha de pensamento (ou uma contra tendência) seja a permissividade dos novos gestores expressarem suas "fragilidades" junto á suas equipes - no contexto pós-moderno da Escola das Relações Humanas – e assim, contribuir para a diminuição do fardo e da solidão no poder.
Por Josie Roldan

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