Um
adolescente de 15 anos que pichou um centro comunitário em Limeira (151
km de São Paulo) foi obrigado, pela mãe, a limpar a sujeira que fez
depois de ser apreendido pela Guarda Civil Municipal. A pintura do
espaço durou dois dias e foi supervisionada pelo pai do menor.
Autoridades e populares ouvi da cidade aprovaram a ação da mãe.
B. A.R., 15, foi pego em flagrante, na companhia de
um amigo, de 13 anos, enquanto pichava o Centro Comunitário do Parque
Hipólito na madrugada da última quinta-feira (17). Ambos foram levados
ao plantão policial da cidade. Uma lata de tinta spray foi apreendida
com a dupla.
Na delegacia, os responsáveis pelos jovens foram
chamados para acompanhá-los na elaboração da ocorrência. Os dois foram
liberados. Mas a história, pelo menos para um deles, não acabou por aí.
Inconformada com a atitude do filho de 15 anos, Viviane A. N., 36,
obrigou que o menor voltasse ao local para limpar as paredes pichadas.
No dia seguinte ao ocorrido, a mulher, uma zeladora,
moradora no bairro Jardim Barão de Limeira, providenciou a tinta e levou
o menor para o centro comunitário. Para garantir que o serviço ficasse
bem feito, o pai do menor acompanhou todo o trabalho, que foi
finalizado.
No final do dia, depois de sair do trabalho, a mulher
passou no local para conferir o resultado da pintura realizada pelo
filho e achou que o serviço não tinha ficado a contento. Ela determinou,
então, que o menor voltasse ao local no dia seguinte para refazer o
serviço.
Atenuante
"Ficou bom, melhor do que estava antes. Agora, ele
pode dizer que reparou o erro que cometeu. Se não tivesse ficado a
contento, ele voltaria de novo até deixar o serviço perfeito", disse a
mãe.
Os dois adolescentes terão que se apresentar à Vara
da Infância e da Juventude da cidade nos próximos dias. A ação de limpar
a pichação, afirmou a Justiça, será levada em conta como fator
atenuante ao delito.
Segundo Viviane, o menor mostrou-se arrependido. "Eu
odeio pichação, não suporto. Por isso, resolvi fazer com que ele
consertasse o erro. Ele me falou que a mão dele ficou toda doendo, com
calos. Espero que resolva. Já falei pra ele que, se houver outra vez,
ele terá que pintar o centro comunitário inteiro", disse a mãe.
Aprovação
A atitude foi aprovada pelo guarda civil Sérgio
Oliveira, que trabalha no centro comunitário. "Não sei se a pintura
ficou a melhor coisa do mundo, mas a atitude dessa mãe foi interessante.
Gostaria de dar os parabéns a ela", disse.
Já Artur dos Santos Nogueira, 32, morador no mesmo
bairro de Viviane, também elogiou a mãe. "Se todas as mães cuidassem
assim dos filhos, haveria com certeza menos problemas de polícia, menos
marginais", disse.
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