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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Prós e contras de trocar de cidade pelo trabalho



Vale a pena mudar de cidade por causa do trabalho, ou para procurar um novo emprego? Muitos passam por esse dilema. Recusar transferência pode fazer mal para a carreira, soar como falta de comprometimento e limitar o crescimento na companhia. Mesmo assim, essa é uma decisão que deve ser tomada com cuidado. Afinal, é a sua vida diária – não apenas no emprego – que será alterada.
Irene Azevedo, coordenadora do MBA de Recursos Humanos da Brazilian Business School, destaca que uma mudança de cidade desorganiza a estrutura familiar e de networking. “Do total das pessoas que mudam pelo trabalho, 40% acabam voltando por problemas familiares. Há ainda aqueles que vão sozinhos e deixam a família. Esses também voltam.”
Melissa Campos Souto, coach profissional da MCampos Consultoria, acredita que mudar de cidade é uma forma de crescer na carreira. “Se a pessoa sai de uma posição e consegue assumir outra de destaque, é uma alavancagem na carreira. Vale a pena.”
Já se a intenção é mudar para procurar emprego em outro lugar, Irene aconselha que o profissional, antes de tomar a decisão, se pergunte por que não está conseguindo trabalho na sua cidade. “As pessoas esquecem de olhar suas competências.” Mudar nem sempre é a melhor solução. “Essa decisão é muito difícil, pois irá mexer com toda sua vida, seus relacionamentos pessoais e profissionais. Tem que ser algo que faça parte de um projeto de vida, um objetivo maior”, ressalta Irene.
Transferências
Quando é convidado pelo empregador para ser transferido para outra cidade, o funcionário deve avaliar as questões envolvidas e aceitar somente se se sentir confortável com a nova situação. “Não adianta apenas pensar se ficará mal na empresa caso não aceite a proposta”, diz Irene. “As pessoas tem que ser ‘multitarefas’. Por isso, se o profissional não estiver satisfeito, não vai conseguir crescer.” Nesse caso, a mudança pode ser prejudicial, quanto para a empresa, quanto para o funcionário.
Ao mesmo tempo, se decidir negar, o profissional deve expor claramente os motivos da sua decisão aos superiores. “Não pode criar mais problemas para a empresa. Ele deve apontar os motivos pelos quais não quer se mudar”, destaca Melissa.
Aceitar a mobilidade é um requisito para algumas organizações. “Muitas delas, antes de a pessoa entrar, já colocam isso como requisito”, destaca Irene Azevedo. Por isso, ela afirma que o profissional deve, no momento da contratação, analisar se a empresa combina com o seu perfil. “Se você está confortável, vale a pena”, acredita Irene. Segundo ela, mudar sempre faz o profissional crescer, amplia os relacionamentos. “É um ganho pessoal muito grande.”
Decisão
Uma vez tomada a decisão de mudança, Irene Azevedo afirma que o profissional deve procurar novos contatos para sua rede social e profissional. “Só não pode esquecer de manter ativos os relacionamento da outra cidade, porque um dia pode precisar.”
A construção de uma nova rede de contatos é importante para evitar um dos grandes problemas de quem muda: o isolamento. “O profissional acaba ficando longe do seu eixo de relacionamentos. Vai para um ambiente desconhecido, onde não tem círculo de amizades. A tendência, no início, é ficar mais isolado”, afirma Melissa.
Uma mudança sempre envolve questões importantes, como moradia e família. Por isso, deve estar claro para ambos os lados como tudo ocorrerá e quem cuidará de cada tarefa (e custo). Segundo Melissa, tudo tem que estar em contrato.
Mas, para que o resultado seja positivo, é preciso que haja por parte da empresa uma sinalização clara dos benefícios que o profissional terá com a mudança – sejam eles financeiros ou em termos de crescimento na carreira. “Tem que haver a contrapartida por parte da pessoa. Ela tem que pensar no que vai ganhar, também em termos de desenvolvimento pessoal”, destaca Melissa.
Valeu a pena
Roberto Takatatsu, administrador de empresas, decidiu sair da empresa em que trabalhava há 6 anos em São Paulo para ir para São José do Rio Preto, no interior do Estado. “Entrei como estagiário e saí como analista comercial. Depois de 6 anos, achei que era a hora de mudar. Queria conhecer pessoas novas, ter uma outra rotina.”

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