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terça-feira, 8 de janeiro de 2013
‘Não foi acidente’, diz mãe de vítima de GCM
Elizabeth Regina Gomes Bonfim, de 35 anos, mãe de Walisson Leão Gomes da Silva, 16, morto por um guarda-civil municipal em Itapecerica da Serra, na madrugada de anteontem, testemunhou o disparo e garante que o tiro não foi acidental. “A intenção dele era ruim”, afirma. No entendimento da Polícia Civil, o guarda Edson Tadeu Daraio, 47, não teve intenção de executar o adolescente.
Os GCMs abordaram Walisson e mais três amigos sob a alegação de que eles estavam usando drogas. No momento em que a viatura encostou na calçada onde os jovens conversavam, Elizabeth virava a esquina. Já havia passado da meia-noite e ela foi buscar o filho, como fazia todo final de semana.
Segundo a versão de Elizabeth e das outras testemunhas, o adolescente estava com a mão na cabeça quando foi baleado no tórax por Daraio. O guarda alega ter se assustado quando o rapaz foi tirar o boné da cabeça e. por isso, atirou acidentalmente. “O revólver estava engatilhado. Se a intenção não era matar, por que abordá-lo com a arma encostada na barriga? Isso é normal?”, questiona a mãe.
Elizabeth diz que os guardas contaram outra história no Pronto-Socorro de Itapecerica da Serra. Falaram aos médicos que tinham encontrado Walisson morto em um local ermo e depois mudaram a versão, quando ela os interrompeu. “Eles não contavam com a minha presença. Se não estivesse lá, acredito que teriam escondido o corpo e eu nunca saberia o que aconteceu com meu filho.”
O comandante da GCM de Itapecerica, Marques Longo, diz que a ação foi “extraordinária”, já que essa não é atribuição da guarda. Entretanto, explica que “qualquer cidadão pode intervir em uma suspeita de crime”. Daraio foi afastado até o fim das investigações. Por enquanto, a GCM não estuda um pedido de desculpas à família.
O delegado Marcelo Santos da Silva, responsável pela investigação do caso, diz apenas que no final do inquérito policial será definido por qual crime o guarda vai ser indiciado.
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