Aos 16 anos, Larissa Macedo,
recém-formada na escola estadual Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec)
com o diploma de técnica em Administração, venceu um processo seletivo de estágio
na Vale. A concorrência era acirrada, cinco mil
candidatos disputando cinco
vagas. Ao finalizar o período de estágio, a empresa quis contratá-la e, apesar
de ter aceitado no início, a jovem decidiu seguir o caminho incerto da música.
Foi o dia que Larissa resolveu administrar a carreira de Anitta.
Não se engane, Larissa e a
funkeira Anitta, que tem conquistado público brasileiro, são a mesma pessoa. O
nome Anitta foi inspirado na personagem de Mel Lisboa, da minissérie ‘Presença
de Anita’ (2001). E essa não foi a única “inspiração” que levou a Anitta ao
topo das paradas brasileiras. E começou pelo nome a estratégia chave que vem
norteando todo o processo em torno da marca "Anitta": benchmarking.
Em suas apresentações,
videoclipes e coreografias, a brasileira agrega o estilo das cantoras de pop
americanas, como Selena Gomez. Seu clipe ‘Meiga e Abusada’ foi gravado em Las
Vegas e dirigido por Blake Farber, produtor nova-iorquino que já
trabalhou com Beyoncé e Alicia Keys. Uma
matéria da Forbes chegou a questionar se Anitta poderia se tornar a
próxima Rihanna e conquistar um espaço global, assim como a colombiana
Shakira.
O hit intitulado o “Show das
Poderosas” atingiu mais de 50 milhões de visualizações no Youtube, seu álbum
vendeu mais de 120 mil cópias e seu cachê por show chega a custar R$ 60 mil. Em
números, Anitta é um sucesso empresarial. “O cachê ainda está longe do que
cobra Ivete Sangalo, porém, sua idade e apelo musical semelhante ao de Shakira
aumentam suas chances de se tornar uma estrela internacional. Diferente de
Sangalo, Anitta fala inglês com fluência, uma habilidade necessária para conquistar
o público americano”, afirmou a Forbes.
“Nós ainda temos uma longa
estrada para seguir no Brasil, mas uma carreira internacional é certamente um
sonho que vale a pena perseguir”, declarou a diretora de marketing de Anitta,
Priscilla Lemgrumber para a Forbes. Na mesma entrevista, Lembrumber confirmou
que a cantora já estaria estudando música e teatro a fim de se preparar para
uma carreira internacional.
Críticos da cantora destacam
seu “embranquecimento”, uma fuga de identidade musical que a levou do funk para
o pop e a falta de criatividade de sua equipe, que “copiaria” o trabalho das
divas americanas. Anitta nega, entretanto as semelhanças entre sua performance
e a de Beyoncé são evidentes.
Apesar das polêmicas
envolvendo sua carreira, Anitta só está utilizando uma estratégia de marketing
que é responsável por fabricar celebridades desde a década de 60. Na época, a
gravadora Motown foi responsável por difundir a música negra pelo Estados
Unidos, um país ainda assolado pela segregação racial, criando um estilo para
talentos como Diana Ross, Marvin Gaye, Stevie Wonder e Michael Jackson.
A Motown mostrou como se é
possível produzir um artista e fazê-lo alcançar o sucesso. Já Anitta, está
comprovando que as estratégias de marketing ainda são capazes de criar muitas
estrelas.
Fonte: administradores.com.br
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