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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

PIB cresce R$ 1,78 para cada R$ 1 no Bolsa Família



Cada R$ 1 investido no programa de transferência de renda Bolsa Família gera um aumento de R$ 1,78 no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
divulgado nesta terça-feira, em Brasília. A pesquisa, que integra um livro sobre o programa social, coincide com os dez anos do Bolsa Família, lançado em 2003.

“O Programa Bolsa Família é, por larga margem, a transferência com maiores efeitos: na simulação, o PIB aumentaria R$ 1,78 para um choque marginal de R$ 1 no PBF (Programa Bolsa Família). Ou seja, se a oferta for perfeitamente elástica e os demais pressupostos forem respeitados, um gasto adicional de 1% do PIB no PBF se traduziria em aumento de 1,78% na atividade econômica”, diz o capítulo do livro “Programa Bolsa Família: uma década de inclusão e cidadania”, que será lançado no próximo dia 30.


De acordo com o estudo, o aumento da atividade econômica com o investimento no Bolsa Família é maior em comparação com transferências previdenciárias e trabalhistas. O Beneficio da Prestação Continuada (BPC) e o seguro desemprego vem em seguida na lista, representando um acréscimo de R$ 1,19 e R$ 1,06 respectivamente para cada real gasto com os benefícios.

As transferências previdenciárias e as transferências do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) apresentam um impacto menor no PIB, com acréscimos menores que 1% para cada percentual igual investido.

O Bolsa Família, segundo o estudo, também causa um impacto positivo no consumo final da economia e das famílias. Cada R$ 1 transferido no programa gera um acréscimo de R$ 1,98 no consumo final e R$ 2,40 no indicador do consumo final das famílias.

De acordo com o presidente do Ipea, Marcelo Neri, o Bolsa Família é um programa barato e realiza um giro forte na economia. Com a transferência de renda para famílias pobres, aumenta o consumo e a produção de bens.


“O Bolsa Família é um programa pró-pobre e os pobres tem uma característica que é gastar a maior parte de sua riqueza. Cada real gasto com o Bolsa Família, ele dá um giro muito maior na economia do que com qualquer outro programa. (...) O maior caminho para fazer a economia girar é o Bolsa Família, porque você dá um pouquinho e ele anda mais que os outros benefícios, em termos de consumo”, disse.

Entre 2001 e 2012, a renda per capita entre os mais pobres cresceu 120,22% no Brasil, uma variação quase cinco vezes maior que a faixa dos mais ricos, que subiu 26,41%. O percentual da extrema pobreza caiu 69,2% desde 2002, cumprindo em cinco anos, segundo o governo, a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) de reduzir pela metade a faixa em 25 anos. “O Brasil fez 25 anos em cinco”, disse Marcelo Neri, presidente do Ipea.

Segundo os dados divulgados pelo Ipea, o Bolsa Família foi responsável por 28% da queda da extrema pobreza brasileira. Sem o programa a miséria subiria 36%, de acordo com o estudo.


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