Elizabeth Regina Gomes Bonfim, de 35 anos, mãe de Walisson Leão Gomes da Silva, 16, morto por um guarda-civil municipal em Itapecerica da Serra, na madrugada de anteontem, testemunhou o disparo e garante que o tiro não foi acidental. “A intenção dele era ruim”, afirma. No entendimento da Polícia Civil, o guarda Edson Tadeu Daraio, 47, não teve intenção de executar o adolescente.
Os GCMs abordaram Walisson e mais três amigos sob a alegação de que eles estavam usando drogas. No momento em que a viatura encostou na calçada onde os jovens conversavam, Elizabeth virava a esquina. Já havia passado da meia-noite e ela foi buscar o filho, como fazia todo final de semana.
Segundo a versão de Elizabeth e das outras testemunhas, o adolescente estava com a mão na cabeça quando foi baleado no tórax por Daraio. O guarda alega ter se assustado quando o rapaz foi tirar o boné da cabeça e. por isso, atirou acidentalmente. “O revólver estava engatilhado. Se a intenção não era matar, por que abordá-lo com a arma encostada na barriga? Isso é normal?”, questiona a mãe.
Elizabeth diz que os guardas contaram outra história no Pronto-Socorro de Itapecerica da Serra. Falaram aos médicos que tinham encontrado Walisson morto em um local ermo e depois mudaram a versão, quando ela os interrompeu. “Eles não contavam com a minha presença. Se não estivesse lá, acredito que teriam escondido o corpo e eu nunca saberia o que aconteceu com meu filho.”
O comandante da GCM de Itapecerica, Marques Longo, diz que a ação foi “extraordinária”, já que essa não é atribuição da guarda. Entretanto, explica que “qualquer cidadão pode intervir em uma suspeita de crime”. Daraio foi afastado até o fim das investigações. Por enquanto, a GCM não estuda um pedido de desculpas à família.
O delegado Marcelo Santos da Silva, responsável pela investigação do caso, diz apenas que no final do inquérito policial será definido por qual crime o guarda vai ser indiciado.
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