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terça-feira, 4 de junho de 2013

Brasileiro só sabe investir na caderneta de poupança?




Você que está lendo um artigo relacionado a investimentos, deve estar se perguntando com frequência: “Onde devo investir meu dinheiro?”. Ao buscar respostas para essa pergunta em artigos e textos publicados em revistas especializadas, jornais e blogs da Internet, é provável que encontre muitos especialistas recomendando a caderneta de poupança.
O “boom” da poupança
Para ilustrar a situação dos investimentos no Brasil, é preciso olhar o estágio atual de captação da caderneta de poupança: ela registrou entrada recorde de recursos para meses de abril e para o primeiro quadrimestre, segundo dados divulgados no início de maio pelo Banco Central (BC).

Os depósitos na poupança superaram os saques em R$ 2,616 bilhões no mês passado, maior valor para o período na série iniciada em 1995. O recorde anterior era de abril de 2007, quando a captação líquida de recursos somou R$ 2,046 bilhões.
De janeiro a abril de 2013, os depósitos superaram os saques em R$ 13,197 bilhões, acima do recorde anterior, de R$ 5,942 bilhões, verificado nos quatro primeiros meses de 2010. A captação representa crescimento de 221% no quadrimestre em relação ao mesmo período de 2012, quando somou R$ 4,107 bilhões.
O Prof. Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios, resume o que acontece quando brasileiros buscam alternativas para investir seu dinheiro. “A maioria tem poucos recursos e conhecimento, e por isso eu ainda aconselho a poupança. Por quê? Porque não tem Imposto de Renda, não tem taxa de administração, é fácil, todo mundo pode ter. Aconselho para quem tem até uns R$ 50 mil”, explica.
Por que tanto amor à poupança?
A decisão de investir em uma ou outra aplicação depende, entre outras coisas, de quatro fatores:

  1. Grau de aversão ao risco;
  2. Tempo previsto para o investimento;
  3. Montante a ser aplicado;
  4. Objetivo associado ao investimento.
O que ocorre é que ao questionar os brasileiros sobre cada um desses fatores, recebemos respostas ultraconservadoras e um tanto “desencontradas”. O pequeno poupador, aquele que só conseguiu equilibrar as contas recentemente e que ainda dispõe de pouco capital para investir, tende a responder da seguinte forma:
  1. Grau de aversão ao risco: conservador – a resposta vem depois de preenchimento e análise dos formulários de análise do perfil do investidor (API);
  2. Tempo previsto para o investimento: curto prazo (no máximo um ano);
  3. Quanto será aplicado: até R$ 5.000,00 e pequenas parcelas mensais de, no máximo, R$ 400,00;
  4. Objetivo associado ao investimento: compra de bens de consumo.
Ora, se o investidor é conservador, deseja investir no curto prazo (quando não no curtíssimo), tem pouco capital e quer usar o dinheiro para o consumo, a aplicação mais apropriada é mesmo a caderneta de poupança, isenta de impostos e taxas.
Indicar fundos de renda fixa ou mesmo títulos públicos pode significar rentabilidade menor dependendo do prazo e das escolhas feitas. Para descobrir se vale a pena escolher uma dessas alternativas, algumas contas teriam que ser feitas, além de uma escolha mais cuidadosa no caso dos fundos.
Pesquisar, calcular e comparar exige esforço e dá trabalho. Valeria a pena ir por esse caminho em busca de um mínimo percentual a mais de ganho? Sim, claro. Não, não na cabeça do pequeno poupador.
A conclusão rápida é que a caderneta de poupança ainda é vantajosa porque sua rentabilidade se aproxima bastante do retorno das principais alternativas conservadoras e é muito mais simples de compreender e investir. Para qualquer especialista essa explicação soa simplista, mas para a população que ainda não enxerga a educação financeira como estilo de vida ela faz todo sentido.

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