Cerca de 400 jovens, crianças e até professores saíram às ruas do
centro de Itapecerica da Serra, nesta terça-feira (18) em protesto
contra o aumento das tarifas de transporte intermunicipal, os custos da
Copa do Mundo, a precariedade do serviço público de saúde, cultura,
esporte, lazer entre outras reivindicações. Munidos de faixas, cartazes e
nariz de palhaço, os manifestantes com rostos pintados, tambores e
apitos tomaram a principal avenida da cidade, a XV de Novembro, de forma
ordeira e pacífica. Uma minoria deles acabou agredindo com pontapés e
socos motociclistas que tentavam passar pelos bloqueios feitos entre a
rotatória do PS Central e precisaram ser contidos por
policiais militares. Toda a caminhada, desde as 16h até às 19h em frente
a Câmara Municipal foi acompanhada pela Guarda Municipal e PMs. Esse
foi o segundo protesto do movimento.
Na Câmara os manifestantes chegaram um pouco mais revoltados. Com
gritos de guerra e palavras de ordem, eles bateram na porta de vidro
antes mesmo de entrar e criticaram muitos dos vereadores. A presença
deles, em especial de Cícero Costa, definiu com um dos representantes do
movimento, o número de pessoas que participariam da sessão. A Câmara
foi tomada pelos jovens e devido aos ânimos exaltados dos manifestantes,
a sessão não aconteceu e após, o término nos tramites legais, os jovens
tiveram direito a palavra, que seria, de acordo com Costa, no final da
sessão “que só contava com duas votações de Projetos de Leis”. Antes,
porém os vereadores Cléber Bernardes e Cícero tentaram falar, mas
embaixo de vaias e gritos, não conseguiram expor suas opiniões. “Vocês
estão revivendo as histórias do país”, disse Bernardes. “É justa essa
briga de vocês, o ginásio está largado, miracatiba faz um transporte
ruim, saúde ruim, esporte que não temos com qualificação. Mas, nós só
vamos conseguir essa ‘perfeição’ com a soma de ideias, vontades que
vocês têm”, afirmou Costa.
Durante os discursos inflamados e repletos de cobranças dos
manifestantes, alguns deles mais exaltados batiam com violência na
parede da casa e precisaram diversas vezes serem contidos, até mesmo
pelos manifestantes, que pediam a todo o momento, protesto sem
violência, pacífico, ordeiro e com respeito aos vereadores. Os Guardas
Municipais também precisaram intervir. A maioria das reivindicações foi
relacionada ao fomento da cultura, esporte, saúde, transporte, educação
com a ETEC, FATEC, entre outras. Os manifestantes chegaram a afirmar que
a cidade está largada em relação ao ginásio e Delfim Verde, que não há
transparência no que é feito e investido e, além disso, cobraram uma
participação mais efetiva dos vereadores.
“A partir de hoje pensasse no plano plurianual inclusive no
orçamento participativo onde jovens vão decidir onde vão gastar
dinheiro”, afirmou Rafael morador do Jacira. Eduardo Silva pediu para
que os vereadores aprovem moção de repúdio contra o governador Geraldo
Alckmin, EMTU, Miracatiba “que detém o monopólio que controla o sistema
de transporte público do município”, disse. Douglas Silva sugeriu que a
Miracatiba seja privatizada. Até mesmo a proposta de avaliar as
planilhas da Miracatiba para saber com que base foi feito o aumento, foi
feita por eles.
A demora dos ônibus também foi alvo de críticas durante os
discursos, chegando a ser de duas a três horas. E no bairro Santa Mônica
não tem mais ônibus / peruas após às 20h30, exigindo que os pedestres e
até enfermeiras voltem a pé para a casa, ou hospital se arrisquem em
meio ao mato que cerca a estrada. A necessidade de Pontos de Cultura
também foram levantados por eles, uma vez que “muitos jovens estão
entrando no mundo do crime e das drogas por não terem onde se
divertirem”, afirmaram muitos deles.
A próxima está marcada para a sexta-feira, a partir das 16 horas.
Dessa vez em frente à Prefeitura Municipal. Os estudantes e demais
manifestantes prometem fazer com que a manifestação seja ampliada.
Fonte: Jornal Na Net
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