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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Carta aos Filhos…



QUERIDO FILHO, No dia em que esteja velho e já não seja eu, tem paciência e tenta entender-me. Quando, todos comem, e eu não conseguir; quando não puder vestir-me: tem paciência. Recorda as horas que passei a ensinar-te. Se, quando falar contigo, repetir as mesmas coisas mil e uma vezes, não me interrompas e escuta-me. Quando eras pequeno, na hora de dormir, eu tinha de te explicar mil vezes o mesmo conto repetidamente até teres sono. Não me envergonhes quando não quiser tomar banho, nem me ralhes. Recorda quando tinha de andar atrás de ti e as mil excusas que inventavas para não tomares banho. Quando vires a minha ignorância diante das novas tecnologias, e te pedir que me dês todo o tempo necessário, não me irrites com o teu sorriso amarelo. Eu ensinei-te a fazer tantas coisas… Comer bem, vestir-te… e como enfrentar a vida. Muitas coisas são produto do esforço e perseverança dos dois. Quando em algum momento perder a memória ou o fio à nossa conversa, dá-me o tempo necessário para me recordar. E se não puder fazê-lo não te enerves, seguramente o mais importante não era a minha conversa: a única coisa que queria era estar contigo e que me ouvisses. Se alguna vez não quiser comer, não me obrigues. Sabes bem quando necessito e quando não. Quando os meus membros cansados não me deixarem caminhar… …dá-me a tua mão amiga da mesma maneira que eu ta dei, quando tu começavas a dar os teus primeiros passos. E quando algum dia te disser que já não quero viver, que quero morrer, não te enfades. Um dia entenderás que isso não tem nada a ver contigo, nem com o teu amor, nem com o meu. Tenta entender que na minha idade já não é viver mas sobreviver. Um dia descobrirás que, apesar dos meus erros, sempre desejei o melhor para ti e sempre tentei preparar o caminho que tu havias de fazer. Não te deves sentir triste, enfadado ou impotente por me veres desta maneira. Fica ao meu lado, tenta entender-me e ajuda-me como eu te fiz quando tu estavas a começar a viver. Agora, toca-te a ti acompanhar-me no meu frouxo caminhar. Ajuda-me a acabar o meu caminho, com amor e paciência. Eu te pagarei com um sorriso e com imenso amor que sempre tive por ti. Amo-te, filho. O teu pai, a tua mãe, os teus avós…

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