Matéria feita jornal Folha de São Paulo
divulgou o relatório elaborado pelo Banco Mundial que revela os problemas do
Sistema Único de Saúde (SUS). O documento mostra que não falta dinheiro, mas a
desorganização e a ineficiência na gestão desses recursos geram os problemas de
acesso e cuidados especializados no SUS.
Um dos principais problemas
é o subfinanciamento já que mais da metade dos gastos com saúde no Brasil se
concentra no setor privado. Isso sem falar das longas filas, da falta de
leitos, de médicos e de medicamentos, dos erros de diagnóstico e tratamento,
entre outros problemas que diariamente são pauta na mídia.
Esse relatório do Banco
Mundial só veio para reforçar e provar que as mazelas do país são causadas por
falta de uma gestão eficaz, eficiente e profícua. É revoltante o colapso no
funcionamento dos hospitais brasileiros. Grande parte desses problemas poderia
ser sanada se o Estado apostasse em profissionais capacitados e habilitados
para gerir a coisa pública.
Atualmente, por exemplo,
observamos que a Administração Hospitalar ainda é confiada a pessoas sem a
plena capacidade administrativa para desenvolver determinadas atividades e
tarefas. São profissionais com qualquer formação ou sem formação nenhuma e,
muitas das vezes, estão onde estão em razão de favorecimento e/ou troca de
favores.
Percebemos essa falta de
critério não só na saúde, mas entre outros setores como educação, segurança,
etc. Enquanto o país praticar esse tipo de gestão diletante, o Brasil não
avançará. Vamos continuar vendo os recursos, fruto da alta carga tributária que
tanto pesa no nosso bolso, sendo mal empregados.
Reconhecemos que o médico é
o profissional imprescindível em um hospital, mas a gestão de um empreendimento
hospitalar precisa e deve ser tocada por um profissional capacitado e
habilitado para esta função, até porque o Brasil adotou o princípio da
profissão regulamentada, garantindo que os serviços especializados e que
impliquem em conhecimentos também especializados sejam prestados por pessoas
com a qualificação exigida.
O exercício ilegal de uma
profissão pode gerar muitos efeitos. No caso da má gestão de recursos públicos,
vemos os males que trazem para a saúde econômica e financeira do país. Quem
sofre com essa situação é o cidadão, que fica a mercê de serviços mal
prestados.
Os Conselhos Federal e
Regionais de Administração têm lutado com afinco no sentido de que o setor
público, no âmbito de todos os poderes, compreenda a necessidade e a
importância de deixarem os Administradores profissionais assumirem a gestão mediante
assunção dos cargos que para seu desempenho é imprescindível a formação
técnico-científica em Administração.
Lamentável essa situação do
SUS apresentada pelo relatório do Banco Mundial. Até quando teremos casos
semelhantes? Os líderes públicos deste país precisam atentar para esta grave
crise de gestão dos recursos públicos e reconhecer que, definitivamente,
administração é para administradores. Somente após essa atitude poderemos ter,
talvez, políticas públicas eficientes e que, de fato, atendam a sociedade
brasileira.
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