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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Computação em nuvem





As tecnologias de virtualização dos servidores continuam a evoluir rapidamente, uma tendência que deve se manter em aceleração. Segundo estimativas da consultoria global Gartner, os gastos mundiais com serviços em nuvem, de implementação a manutenção, devem aumentar de 110 bilhões de dólares, em 2012, para até 210 bilhões de dólares em 2016. Mais do que uma tendência, os dados das pesquisas apontam que a cloud computing está mudando de um projeto isolado para uma estratégia central de TI. Entretanto, é preciso cautela.


Para Sérgio Santiago, Diretor de Operações da MR Consultoria, empresa especializada em outsourcing e consultoria de TI, embora a virtualização seja uma tendência, deve-se avaliar muito bem quando a decisão é utilizar esta tecnologia no modelo cloud computing. Para o diretor, a atenção de empresas brasileiras precisa ser redobrada, especialmente em função da baixa qualidade da rede de telecomunicações no Brasil.

“Percebemos nesses últimos anos uma grande evolução rumo à virtualização de servidores no Brasil e no mundo. Essa é uma demanda real de CEOs e CIOs e nós já trabalhamos com a premissa de que nos próximos dois anos a maior parte das empresas vai virtualizar ao menos uma de suas atividades computacionais, mas nem sempre as mais importantes”, conta.

Problemas contratuais e estruturais

Essa evolução está fazendo com que diversos aspectos dessa tecnologia estejam sendo progressivamente melhorados. Santiago explica que os fornecedores atuais de servidores estão investindo cada vez mais neste tipo de conceito tecnológico, informação que reforça a tendência de investimento apontada pela Gartner.
Entretanto, mesmo com os avanços no montante empenhado na virtualização, ainda enfrentamos alguns pontos críticos no Brasil quando pensamos em utilizar tecnologias no modelo cloud computing. Segundo Santiago, os riscos da computação em nuvem na atualidade são menores do que há dois anos, mas há problemas no que diz respeito a contratos e infraestrutura.

“Ainda não está claro, contratualmente falando, o que acontece em caso de perda ou mesmo de vazamento de informações. Esse ainda é um grande obstáculo ao avanço da computação em nuvem, mas acredito que em um ou dois anos esse assunto será equacionado de modo satisfatório para o cliente”, explica o diretor, que assinala que a maioria dos contratos atuais de computação em nuvem não especifica de uma maneira clara e objetiva as responsabilidades do prestador de serviço em relação à perda de dados, algo que não é satisfatório para as empresas que buscam esse serviço.
Outro entrave apontado é a infraestrutura brasileira de telecomunicações. “Toda vez que uma empresa transfere seus processos de TI para uma nuvem ela passa a depender de serviços de telecomunicação para acessar os sistemas. Embora existam alguns provedores de transmissão de dados, há muitos casos em que o acesso ao cliente é feito por apenas um provedor. Se este provedor enfrentar problemas técnicos, todo o investimento será comprometido”, explica Santiago, acrescentando que essa precariedade da infraestrutura de telecomunicações no Brasil é um ponto que deve ser levado em conta pelas empresas que pretendem utilizar os seus processos de TI neste modelo.

Santiago explica que o problema não é somente saber se há a disponibilidade de uma conexão que permita a utilização dos sistemas em nuvem, mas também qual a qualidade dessa estrutura. Ao externar um serviço como e-mail ou um sistema de gestão empresarial, por exemplo, a velocidade e qualidade do link de acesso será decisiva para uma performance adequada do serviço.

Tendência mundial

Mesmo com essas questões em aberto, o diretor de operações da MR Consultoria acredita que a virtualização dos servidores e a computação em nuvem chegaram para ficar. “Se olharmos para a maior parte dos nossos clientes em uma perspectiva de longo prazo, os investimentos que estão sendo feitos apontam para a aceitação e utilização destas tecnologias”, explica. Ele ainda conta que nos últimos dois anos três grandes clientes da empresa já partiram para essa tendência com o apoio da MR Consultoria.
No cenário que vai sendo formado pelos investimentos das empresas, a virtualização mostra-se como uma das melhores formas de otimizar recursos. Segundo Santiago, “se hoje você tem nove servidores dentro de um parque de infraestrutura, você acaba migrando isso para 2 servidores, no máximo 3, mas com uma performance muito melhor, uma redundância muito melhor e uma segurança muito maior”.

Superados os obstáculos, o cloud computing é uma forma de otimizar processos. “A computação em nuvem será fundamental, uma coisa que todos irão buscar em alguma medida. Ela poderá representar um ganho de escalabilidade muito importante para a infraestrutura da área de TI, com um custo cada vez mais viável”, assinala Santiago, acrescentando que também nesse processo a empresa deve contar com um parceiro confiável, que conheça o seu negócio e faça a gestão dos fornecedores com sintonia fina.

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