A grande questão a ser
refletida é a seguinte: fazer mais com menos quando nossa empresa nos
proporciona as ferramentas e os conhecimentos necessários para alcançar tais
objetivos é relativamente tranquilo, mas, e quando isso não acontece?
E quando nós sabemos que
somos capazes, e estamos motivados para executar as tarefas que nos foram
propostas, mas somos impedidos de realizá-las por culpa de uma ineficiência
organizacional? Quais implicações isso irá nos gerar?
Acompanhem:
Imaginem uma equipe de 10
pessoas construindo uma casa. Elas têm certo número de dias para a construção.
Imagine que dois operários estão doentes, e não há substitutos. Cada um
vai faltar dois dias de trabalho. Mas os demais operários são informados de que
precisam terminar a obra a tempo. Eles resmungam, mas conseguirão terminar,
mesmo com dois homens a menos.
Eles podem trabalhar uma
hora extra por dia, ou trabalhar no fim de semana. Mas, digamos que dois
operários fiquem doentes e levem as ferramentas para casa. Não há martelos. Não
há pregos, escadas ou serras. E não há verba para comprar novas ferramentas.
Se o empreiteiro diz aos
trabalhadores que eles ainda têm de completar a tarefa dentro do prazo, sem
ferramentas, eles vão pensar que o chefe está louco. E se ele insistir, eles
podem tentar, mas vão fracassar. Porque, sem as ferramentas, essa equipe não
pode realizar seu trabalho.
O que essa simples passagem
nos mostra é que, a partir do momento em que queremos fazer nosso melhor
trabalho, mas não temos como, a nossa tendência natural é começarmos a nos
sentir frustrados.
Mas existe um importante
detalhe a ser dito, frustração não é o mesmo que desmotivação. Só fica
frustrado aquele funcionário que realmente se importa com os objetivos da
organização, aquele que realmente se dedica ao que faz, mas que, infelizmente,
é impedido por obstáculos organizacionais de utilizar todo o seu potencial.
Mas, calma, que pode piorar.
Geralmente, como tais funcionários não querem se indispor com seus superiores,
principalmente em uma cultura paternalista como a brasileira, a frustração
costuma ser uma doença silenciosa.
Esses funcionários, com o
tempo, podem se desligar da empresa, indo em busca de um lugar melhor. O gestor
que não compreende esse processo poderá presenciar uma verdadeira fuga de
talentos.
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