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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Controlar é preciso. Autonomia também.




Hoje qualquer empresa tem controle sobre tudo. Todos sabem “tudo o que acontece”. Quanto gastou nisto, quantas horas foram investidas naquilo e por aí  vai.

Vivemos um paradoxo sem precedentes. Nunca tivemos tanto conhecimento e tanta capacidade para inovar e ao mesmo tempo a competição é tão acirrada entre pessoas e empresas que muitas vezes ficamos absolutamente paralisados e com medo de tomar atitudes. Tudo em virtude dos controles que precisam ser rigorosamente seguidos. Como seria bom se as pessoas tomassem atitudes. Pedimos a todos para agirem como “donos”. Para terem atitudes de verdadeiros proprietários das empresas. Para vestirem a camisa e fazerem o que for possível para crescer e se desenvolver, sempre com o máximo de comprometimento. Concordo com tudo isto e inclusive aconselho a todos a agirem assim.

Mas será que a recíproca é verdadeira?

As empresas estão, cada dia que passa, mais engessadas e burocratizadas. Dizem que é para organizar, que são os processos de controle, que é para conhecimento de todos e outras coisas. Até controlar, eu entendo e concordo, mas o que temos visto é que ninguém nas empresas, quer sejam grandes ou pequenas, tem autonomia para mais nada. Quer mandar despedir alguém? É preciso que um “comitê internacional” aprove após as mais diversas e absurdas exigências empresarias serem cumpridas. Quer contratar algum serviço ou comprar um produto? Vão precisar de uma análise do “DNA do tataravô” do vendedor ou prestador de serviços. Faz sentido? Entendo que algumas coisas precisam ser evitadas, que é uma forma de dar transparência aos processos e compras. Sei disso. 
Mas o que me parece é que existe uma desconfiança tão grande nas pessoas que não sei se faz sentido.  Vivemos num país com altos índices de corrupção, nas esferas públicas ou privadas, e  isto precisa ser combatido a todo custo. Porém, será que é “desconfiando” de todos  que isto vai diminuir? Acredito que muitas situações “erradas” foram evitadas com tanto controle e portanto muito dinheiro deixou de ser desviado. Sem dúvida isto é um fato. A minha dúvida é:  em virtude de tanto controle, será que muitas oportunidades não foram perdidas de modo que os tais controles, entre ganhos e perdas estão devendo?

Dizem que a “oportunidade faz o ladrão”. Não concordo. Quem não tem este “espírito” não vai “roubar” de modo algum. Quem tem esta vontade, vai dar um jeito com ou sem controle.
Quantos de nós não perdemos tanto tempo preenchendo relatórios disto, daquilo, daquilo outro, sem que ninguém ou quase ninguém saiba bem ao certo para que serve? Se em algum momento for preciso “culpar” alguém, já temos como rastrear. Serve para controlar. É o que parece.

E o que fazemos com a autonomia destas pessoas que tanto queremos que se comprometam?

Pergunte a qualquer presidente de grande empresa qual o valor máximo que ele pode aprovar sozinho para comprar um produto ou serviço. Garanto a vocês, o valor é mínimo. Ridículo até. Ao menos para alguém a quem se pede que seja absolutamente comprometido todas as horas do dia ou da noite e que tem uma responsabilidade monstruosa em suas costas com números e metas. Será que este profissional não deveria ter mais autonomia?  Será preciso controlar tanto?

Não tenho a  resposta. Tenho a minha opinião. Acho que está tudo muito exagerado. O que proponho com este blog é uma pequena reflexão.

Estamos sendo justos e coerentes na relação controle x autonomia?
Será que não cobramos demais e damos autonomia de menos?

Este texto é para pensar. Espero a opinião de vocês. Podem escrever o que quiserem, com total autonomia e sem controle algum. Sucesso a todos!!
 
 
Fonte: revista Exame

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