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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O futuro nas mãos do RH



Com uma taxa de desemprego em torno de 5%, bem abaixo dos EUA (8%) e da zona do Euro (11%), encontrar, contratar e reter bons profissionais não vem sendo uma tarefa fácil para os profissionais de Recursos Humanos das empresas brasileiras.
A dificuldade aumenta na medida em que o ambiente de trabalho, contaminado pela pressão constante por resultados de curto prazo, não atende às expectativas da grande maioria dos profissionais.
Nas universidades, aponta-se para a deterioração na qualidade do ensino e 38% dos alunos graduados tem nível insuficiente de leitura e escrita (segundo o Inaf, do Instituto Paulo Montenegro).
Ainda que os maus resultados da economia brasileira em 2012 (e as perspectivas não muito otimistas para 2013) possam impactar esse quadro, nada indica que os desafios da turma do RH serão menores.
Uma organização não é maior nem melhor do que as pessoas que participam dela.  E é dependente da motivação dessas pessoas.
Embora a remuneração total seja um importante elemento de atratividade para a contratação de profissionais, os jovens talentos, verdadeira força motriz de uma empresa, já não se satisfazem com isso por muito tempo.
Pagando bem a empresa diminui a rotatividade, mas não garante a motivação da equipe e a manutenção de seus melhores profissionais.
Dinheiro é um dos três principais vetores de satisfação profissional.
Seus melhores homens e mulheres querem mais do que isso.  Querem participar de algo significativo e terem a possibilidade de viver seus sonhos (os outros dois vetores).
Participar da geração de lucro para os acionistas, sem bem “embalada”,  pode ser uma “missão” que atenda a uma parcela desses profissionais, particularmente daqueles que escolheram trabalhar no setor financeiro, e desde que possam receber, eles também, o seu quinhão.
Mas, de um modo geral, profissionais inteligentes, criativos e de boa formação querem participar de projetos e decisões importantes, querem ter a oportunidade de colaborar e competir com regras claras e liberdade de ação.  Valorizam, também, a possibilidade de viajar, preferivelmente para outros países. 
Não estão dispostos a “sacrificar” sua vida pessoal pela empresa mas, quando atendidos em suas expectativas, transformam o trabalho em uma jornada pessoal, com altíssimo nível de comprometimento.
E, em boa parte, não estão plenamente preparados para nada disso.
Aí reside o grande desafio para a equipe de Recursos Humanos: identificar e motivar os “talentos” (profissionais com grande potencial de desenvolvimento) e os “craques” (os profissionais competentes em postos-chave),  garantindo que o segundo grupo ajude a desenvolver o primeiro, substituindo gradativamente aqueles que não se enquadram em nenhuma dessas duas categorias, para o bem de todos.
Uma parte importante desse desafio é conquistar o apoio do CEO da organização que é, em última instância, o responsável pelas decisões estratégicas da empresa.
Isso é um grande problema.  Os CEO de hoje em dia exigem clara demonstração do retorno sobre seus investimentos, o que obriga o RH a produzir indicadores de performance para demonstrar o que considera óbvio.
Mas, vejamos pelo lado bom.  Implementar indicadores capazes de demonstrar o que considera óbvio dá aos profissionais de Recursos Humanos a oportunidade de assumir um protagonismo estratégico e de quantificar sua contribuição para os resultados da empresa.
Não é por acaso que os CEO sejam oriundos, tradicionalmente, das áreas de Marketing, Vendas, Finanças ou Operações.  Essas são áreas que costumam comprovar os resultados que produzem, ou pelo menos demonstrar conhecimento dos negócios através dos números.
Ainda que um profissional de Recursos Humanos não queira ser o CEO, esse é o momento em que precisa conquistar a posição de seu “braço direito” e ajuda-lo a garantir o presente e o futuro da empresa.
Estamos em uma época de paradoxos, que só pode ser enfrentada com sucesso a partir de uma visão holística.
De um lado, o profissional de Recursos Humanos precisa desenvolver competências de negócio, com foco em resultados rigidamente comprovados.
De outro, precisa desenvolver a criatividade e a capacidade de relacionamento das equipes, através da liberdade e da flexibilidade do pensamento.
Parecem desafios antagônicos, mas não são.
Resultados são alcançados por pessoas, através de planos e processos.
O profissional de Recursos Humanos está em uma posição privilegiada para ser o agente dessa integração.

Fonte: administradores.com.br

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