Ao longo da história da Administração, desde seus primórdios, a
partir dos trabalhos de Taylor e Fayol, muito se pensou em termos de
organização do trabalho de modo a torná-lo mais eficiente, garantido
maior produção e resultado para as organizações.
Por mais que a ênfase dessa ordenação do processo produtivo, no
período da administração clássica, tenha sido focada em questões
relacionadas à mecanização da indústria, à racionalização dos métodos e à
sua padronização, visando a obtenção de melhores resultados, o fato é
que as decorrências de sua aplicabilidade recaiam sempre no aspecto
humano, tal qual a capacidade do indivíduo adaptar-se a essas mudanças e
a partir daí conseguir obter os melhores resultados.
O modelo de concepção do trabalho no período pós-revolução industrial
foi decisivo para o surgimento e o desenvolvimento das empresas,
notadamente as indústrias e por consequência desse crescimento, a
necessidade de obtenção do máximo de aproveitamento das máquinas e dos
equipamentos.
O cenário econômico e social da época, com o advento do processo de
mecanização da produção, provocou uma ruptura no modelo de sociedade
feudal e agrária, expandindo as cidades e criando hábitos de consumo,
bem como, propiciando aos detentores dos meios de produção a acumulação
de capital, origem do modo de produção capitalista.
As abordagens clássicas de Taylor e Fayol estabeleceram o fio
condutor dos modelos de gestão organizacional permeada por princípios de
divisão do trabalho, hierarquia, padronização de procedimentos,
especialização, autoridade, entre outros ainda presentes em todos os
modelos estruturais das organizações de hoje.
A tarefa da administração, considerando tais princípios, consiste
em realizar coisas através de pessoas, de modo eficiente e eficaz.
Todavia, para que isso ocorra, faz-se necessário interpretar
adequadamente os objetivos estabelecidos no topo da pirâmide
organizacional, transformando-os em ação e resultados (Rodrigues, 2008).
A efetivação dessas ações requer quatro componentes essenciais:
Planejamento, Organização, Direção e Controle. Estas chamadas funções
administrativas constituem o método racional para obtenção dos melhores
resultados, utilizando-se aí dos métodos e técnicas necessários para a
aferição dos níveis de produção e produtividade.
Dessa forma o trabalho é idealizado, pensado e organizado
racionalmente no nível de direção das empresas, para que no nível
operacional, sua execução possa refletir em ganhos de produtividade,
eficiência e eficácia.
A evolução histórica do pensamento administrativo, em verdade,
ratifica os princípios gerais da Administração, ancorando-se, desde os
primórdios, na racionalidade e nas demais características ligadas à
acumulação de capital e à força de trabalho, ou seja, o esforço humano
necessário à aquisição dos meios de subsistência humana.
Opondo-se à excessiva massificação da produção surgiu a abordagem
Humanista, iniciada por Elton Mayo, que compreendeu a também chamada
Revolução Ideológica enfatizando a importância do indivíduo, sua relação
com o meio e com os fatores -e0xternos e internos ao ambiente de
produção - que intervêm na capacidade produtiva.
Tal circunstancia favoreceu o surgimento da abordagem comportamental
relacionada à motivação, influencia do grupo, fator social e integração
social dos indivíduos.
No decorrer da década de 30, do século passado, Kurt Lewin
desenvolveu pesquisas referentes à dinâmica de grupo que influenciou
conceitos teóricos de autoridade e motivação, sendo precursor do
movimento conhecido como Desenvolvimento Organizacional em que se
estabelece a importância da cultura organizacional, nos processos de
mudança das organizações.
Com o passar do tempo uma série de novas abordagens foram surgindo,
entre elas a abordagem sistêmica que possibilitaria um novo olhar para a
complexidade do mundo; o
empowerment, que defende maior poder
às pessoas, aos grupos e às sociedades; o fenômeno da globalização que
trouxe uma serie de mudanças e transformações nas estruturas
organizacionais até chegarmos aos dias atuais de um mundo cada vez mais
complexo, mais incerto, mais interligado e, sobretudo, mais conectado.
Para Rodrigues (2006), contemporaneamente, o que se busca em termos
de teoria das organizações é uma constante quebra de paradigmas, por
conta da própria reestruturação produtiva e acirrada competitividade, a
exigir dos administradores, visão sistêmica do todo organizacional,
senso crítico e flexibilidade.
Com isso a noção de trabalho sofre modificações, com o intuito de se
adequar à realidade mercadológica, hoje direcionada para a questão das
competências.
Segundo Araujo (2011, p. 9), as organizações precisam de líderes que
saibam produzir riquezas e mobilizar pessoas em um ambiente de
hipermudanças. Para prosperarem nesse cenário os líderes precisam
transformar seu modo de pensar, sentir e agir diante do mundo.
Lacombe (2005) salienta que o êxito de uma empresa deriva de sua
habilidade de conhecer o seu cliente e o que ele deseja, sendo
necessária para isso a formação de uma equipe em contínuo
aperfeiçoamento de modo a garantir-lhe vantagem competitiva.
Nesse sentido, a organização do trabalho descentralizada e as tarefas
de trabalho integradas horizontalmente são características essenciais
dos novos conceitos de produção, que exigem um comportamento
independente na solução de problemas, além de uma melhor capacidade de
trabalho em grupo; de pensar e agir em sistemas interligados e de
assumir a responsabilidade no grupo de trabalho (Rodrigues, 2006).
O espaço de ação dos trabalhadores é ampliado e ganha importância em
relação às qualificações intelectuais e sociais, através de uma maior
necessidade de comunicação e cooperação.
Os processos de modernização nas empresas favorecem também o
desenvolvimento de estruturas de trabalho integral e de potenciais de
ação subjetivos. O que se busca é uma participação efetiva do
trabalhador no planejamento e organização do trabalho, focada nos
objetivos estratégicos da organização.
Se os líderes não se libertarem do apego às posições e à rigidez das
estruturas hierárquicas as organizações não poderão manter ou atingir os
padrões de excelência e produtividade desejados (Araujo, 2011).
Decorre daí a perspectiva de se trabalhar com pessoas de modo a
torná-las mais competentes e mais realizadas por meio de métodos e
técnicas de liderança
coaching.
O primeiro passo para entender o processo de
coaching está
na oportunidade que se dá às pessoas, para que elas desenvolvam o
comprometimento consigo mesmo no sentido de se obter resultados, ou
seja, sair de uma situação atual para uma situação desejada, a partir do
estabelecimento de foco para o resultado que se espera e a ação que irá
garantir o alcance do resultado pretendido.
Segundo José Roberto Marques (1), o
coach pode ser entendido
como um processo que visa o aumento do desempenho de um indivíduo,
grupo ou empresa, a partir da utilização de metodologias, ferramentas e
técnicas conduzidas por um profissional (
coach) em parceria com o cliente (
coachee).
A parceria ou pacto firmado entre
coach e
coachee
proporciona a criação de um ambiente sinérgico, ou seja, o local seguro
onde ambos comprometem-se a darem o melhor de si para a aceleração das
metas e dos objetivos desejados.
O processo de
coaching possibilita o desenvolvimento da arte de co-criar, em que o
coach desenvolve o papel de apoiador, compartilhador e, sobretudo, incentivador do
coaching para o alcance dos resultados que almeja, tal qual uma âncora, uma alavanca, por meio de uma conexão com o outro.
Parceria, amor incondicional, ouvir na essência. Estes são os termos que caracterizam o processo de
coach.
Parceria no sentido de ajudar o outro a conseguir, a obter um
resultado desejado em um determinado período de tempo, num processo
contínuo de sinergia visando a melhoria do desempenho para obter
resultados cada vez melhores, ou ainda, sair do estado atual para o
estado desejado.
Tais assertivas transcendem as concepções tradicionais de liderança,
personificadas na figura do chefe. Os líderes verdadeiros conhecem seu
poder pessoal e o utiliza em favor dos objetivos organizacionais e do
bem estar de sua equipe. O
Líder Coach proporciona a partir daí
o movimento sinérgico em torno da arte do co-criar, ativando o
potencial das pessoas para serem ainda melhores; auxiliando no
desenvolvimento e no aprimoramento de suas competências.
Fonte: rh.com.br