Durante décadas, as mulheres no Afeganistão foram dependentes dos homens em sua própria família. Sem muitas oportunidades para se desenvolverem, suas responsabilidades ficavam limitadas a ter filhos, criar os filhos e servir o marido. Com o passar dos anos, a crise afegã fez com que uma minoria fosse valorizada como apoiadoras do marido para trazer sustento ao lar trabalhando em atividades manuais em sua própria casa. Atualmente, isso acontece principalmente no norte do país, onde os turcomenos e os usbeques locais valorizam uma mulher pela sua habilidade na tecelagem.
Fabricar tapetes manualmente não é fácil. É necessário concentração, grande habilidade com as mãos e um árduo trabalho que começa cedo, antes dos 10 anos, para colherem os frutos antes dos 20. Esse era um dos objetivos de mãe de Samira, que ensinou a sua filha a técnica da tecelagem antes dos 8 anos em um tear caseiro, montado dentro de um quarto escuro na casa da família.
Muitas culturas são influenciadas por crenças religiosas, como no caso do Afeganistão (o Islamismo) ou da Noruega (o Luteranismo); e estas crenças embora não determinantes, influenciam fortemente a formação e o desenvolvimento das pessoas durante toda sua vida. Porém, seja no oriente ou no ocidente, não é possível negar que os principais influenciadores na tarefa de formação para a vida adulta são os pais no ambiente familiar.
A maioria das famílias do ocidente ensina os valores cristãos ou pelo menos, tenta ensiná-los. Honestidade, humildade, responsabilidade, entre outros são alguns deles. É interessante perceber que os mesmos valores são muito apreciados no mundo dos negócios. Um funcionário com princípios, que saiba discernir entre aquilo que é bom e aquilo que não é para a organização é muito valorizado. O funcionário que entrega fielmente a tarefa encomendada sobressai como uma pessoa digna de confiança. É sensacional encontrar profissionais com essas características, porém, essa formação não acontece da noite para o dia.
As universidades se esforçam para desenvolver as competências necessárias para o ambiente de trabalho. Muitas delas só oferecem conhecimento teórico para finalmente, deixar com as empresas o desenvolvimento real de competências para o trabalho e de princípios éticos a partir de uma cultura organizacional própria, muitas vezes não bem definida ou divulgada. Talvez possamos fazer melhor com as gerações futuras.
No ambiente familiar, é possível compartilhar valores e competências de forma natural e bem humorada com as crianças e adolescentes. Através do exemplo dos adultos, ou seja, com suas palavras e seus atos, podemos contribuir com a formação de uma consciência de princípios onde o compromisso com as responsabilidades assumidas seja mais forte e por conseguinte, gere melhores resultados.
Ninguém disse que seria fácil. Educar não é fácil, menos ainda desenvolver competências no seio da família. Talvez devamos refletir melhor sobre o papel social e empresarial da família, pois com uma estratégia informal de treinamento e desenvolvimento familiar podemos assumir a responsabilidade de educar adequadamente e de forma "natural" aqueles que virão depois de nós, coordenadores, gerentes e diretores no mundo empresarial. Os resultados seriam incríveis e a sociedade e o meio empresarial agradeceriam. Estamos fazendo a nossa parte?
Fonte: administradores.com.br
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