Em sua opinião, qual é a
melhor metodologia de ensino que existe? Como ensinar, da melhor forma
possível, os nossos queridos alunos?
Pergunta difícil não é
mesmo?
Para chegarmos a uma
resposta aceitável, uma grande quantidade de variáveis precisaria ser
analisada, tais como: o público que estará presente, o conteúdo que será
passado, o tempo disponível, etc...
Já que é extremamente
difícil chegar a uma conclusão sobre qual é a melhor, o contrário, aquela que
não funciona, em minha opinião, não.
Vejamos, nos últimos anos,
vêm ganhando destaque na mídia uma metodologia que consiste na inversão do
processo de aprendizagem tradicional do aluno, a chamada sala de aula
invertida.
Na sala de aula invertida,
que está fazendo muito sucesso nos Estados Unidos e em países da Europa, o
aluno se responsabiliza pelo seu próprio aprendizado, e a aquisição do
conhecimento não acontece apenas em aulas expositivas na Universidade, mas
também fora dela. Antes da aula, o estudante pode ter contato com o conteúdo em
casa. Assim, o tempo na sala de aula é usado para aprofundar conceitos, tirar
dúvidas e realizar exercícios e atividades práticas.
Dessa forma, os estudantes
não perdem tempo com explicações do professor e podem fazer mais exercícios. Na
sala, os professores transformando a aula em uma conversa, podendo mudar até o
layout tradicional das cadeiras enfileiradas.
Resumindo, na sala de aula
invertida, o estudante passa atuar como um ser ativo no processo de
aprendizagem, e a meu ver, é exatamente aí que reside o grande problema para
nós brasileiros.
Diante da constante falta de
interesse dos nossos alunos, tão acostumados ao processo padrão, que é mais
cômodo, essa metodologia vem gerando grande repercussão entre os nossos
professores.
Acompanhem o relato abaixo,
o mesmo foi retirado de uma postagem no Facebook e está reproduzido na íntegra:
Um professor de
pós-graduação me contou que pediu para seus alunos fazerem uma síntese do texto
(Ideias simples e diretas embasadas cientificamente. Texto fácil.) que seria
trabalhado na aula seguinte.
Dos 23 alunos da turma, apenas 6 leram o texto. Destes, só dois fizeram a síntese. Indignado, reclamou da falta de esforço de seus alunos e da constante falta de profundidade das discussões, já que raramente liam o texto. Ele ouviu várias justificativas e me relatou algumas:
- Prof, eu não tinha entendido o que o senhor queria.
- É que eu achei que era só pra ler.
- A gente tem outras matérias professor.
- Eu nem sabia que era pra trazer a síntese.
- Professor, síntese é o mesmo que resumo?
- Professor, pega leve, ninguém liga pra isso, a gente só quer o certificado, a empresa exige. Calma, professor, to brincando.
- Não achei o texto lá no xerox, alguém pegou e a gente não conseguiu tirar cópia.
- Professor, acho que o senhor tá exagerando, nenhum professor fica chateado se a gente não lê. Eles dão um tempo pra gente ler em sala de aula mesmo.
O maior problema é que essa praga da mediocridade está cada vez mais comum, não somente entre os alunos, mas também entre alguns professores. Se continuar do jeito que está, logo os entrevistadores dos candidatos a vagas nas empresas vão perguntar: Tem faculdade? Que bom, e chegou a aprender a ler?
Ah, dos dois alunos que fizeram a síntese, só um a entendeu.
Dos 23 alunos da turma, apenas 6 leram o texto. Destes, só dois fizeram a síntese. Indignado, reclamou da falta de esforço de seus alunos e da constante falta de profundidade das discussões, já que raramente liam o texto. Ele ouviu várias justificativas e me relatou algumas:
- Prof, eu não tinha entendido o que o senhor queria.
- É que eu achei que era só pra ler.
- A gente tem outras matérias professor.
- Eu nem sabia que era pra trazer a síntese.
- Professor, síntese é o mesmo que resumo?
- Professor, pega leve, ninguém liga pra isso, a gente só quer o certificado, a empresa exige. Calma, professor, to brincando.
- Não achei o texto lá no xerox, alguém pegou e a gente não conseguiu tirar cópia.
- Professor, acho que o senhor tá exagerando, nenhum professor fica chateado se a gente não lê. Eles dão um tempo pra gente ler em sala de aula mesmo.
O maior problema é que essa praga da mediocridade está cada vez mais comum, não somente entre os alunos, mas também entre alguns professores. Se continuar do jeito que está, logo os entrevistadores dos candidatos a vagas nas empresas vão perguntar: Tem faculdade? Que bom, e chegou a aprender a ler?
Ah, dos dois alunos que fizeram a síntese, só um a entendeu.
(Marcos Meier – Professor e
Educador).
Ao ler esse depoimento,
imediatamente eu me identifiquei com um professor que tive na graduação, há 5
anos, que passou pelo mesmo problema com minha sala.
Essa metodologia de ensino,
costumeiramente utilizada em programas de Mestrado e Doutorado, novamente a meu
ver, torna-se improdutiva quando empregada em aulas para alunos da Graduação ou
Pós-Graduação, pelo menos por enquanto.
Infelizmente, a aula dos
sonhos de todo professor, não é mesma a aula dos sonhos de todo aluno. Ao
ignorarem essa realidade, os professores correm o grande risco de se
frustrarem, e, consequentemente, desabafarem suas insatisfações nas redes
sociais.
O autor comenta que uma
professora de oitava série lhe contou que, por muitos anos, ela fez turmas
sucessivas de alunos lerem o mesmo livro: Mitologia, de Edith Hamilton. Seus antigos
alunos adoravam o livro – e isso durou até mais ou menos cinco anos atrás. De
repente, a professora começou a ver que as crianças não estavam tão empolgadas,
e nem mesmo os grupos com alto desempenho conseguiam se envolver.
Os alunos diziam a professora
que a leitura era difícil demais, que as frases são complicadas demais, e que é
preciso muito tempo para se ler uma página.
Esse empobrecimento da
atenção, do qual as causas são explicadas em seu livro, de uma forma geral,
também é responsável por prejudicar a capacidade de interpretar comportamentos
alheios frente a frente, em tempo real, e traz como consequência a considerável
perda de empatia, que é a capacidade de uma pessoa mostrar-se interessada nas
outras.
Dessa forma, ninguém se
incomoda mais com o fato de um pegar o celular na frente do outro, quando
apenas os dois se sentam para conversar em uma mesa.
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