SEJA BEM-VINDO
ESTE É UM ESPAÇO DE DISCUSSÃO PARA DESENVOLVIMENTO PESSOAL E PROFISSIONAL
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Por que é difícil educar as pessoas para a poupança?
Quando falamos em poupança, a primeira questão que surge é: ela é inimiga do consumo? Poupar significa passar privações? Sacrifícios?
Para os países que viveram grandes conflitos, guerras ou catástrofes, a poupança é algo muito natural e faz parte do padrão de vida das pessoas. Veja as autoridades japonesas preocupadas com o alto volume de poupança da sua população, incentivando as pessoas ao consumo.
O Brasil passou por décadas de instabilidade econômica. Os preços mudavam diariamente e as pessoas corriam às compras assim que recebiam seus salários. A estabilidade econômica trazida pelo Plano Real fez com que o país finalmente tivesse uma moeda no sentido da palavra e o receio que a inflação voltasse fez com que o consumo fosse prioridade. O aumento do crédito expandiu a capacidade de compra da população e o endividamento tornou-se uma alternativa viável.
O contexto macroeconômico, aliado a uma cultura que nunca privilegiou a poupança, fez com que o nível de reservas das famílias fosse sempre pequeno e criou a sensação de que poupar significa privação. Quem pode pensar em restrição ao consumo num momento de prosperidade nunca antes experimentado pelas pessoas, principalmente pela nova classe média?
A educação financeira precisa ter como principal meta desmistificar o papel da poupança e mostrar que ela precisa se tornar um hábito para o brasileiro, assim como o cafezinho pela manhã ou o futebol aos domingos.
A poupança traz liberdade para as pessoas. Quando um indivíduo possui um bom nível de reservas, torna-se mais cidadão. Pode tomar decisões com maior autonomia, como mudar de emprego, abrir um negócio ou comprar um bem de alto valor.
A pessoa descapitalizada fica à mercê dos acontecimentos e do acaso, que normalmente não se mostram bons aliados. Isso ajuda a explicar o real motivo da inadimplência. Não é o desemprego ou o infortúnio que leva a maioria da população a deixar de pagar suas contas, e sim a falta de reservas financeiras, ou seja, de poupança. Pensar de forma diferente é deixar para a providência divina o papel de gestora financeira das famílias.
A população somente verá sentido em poupar quando receber informações corretas e coerentes dos agentes financeiros sobre os diversos produtos de poupança e quando perceber que guardar para o futuro significa consumir hoje e sempre. Comprar é algo tão bom que deve acontecer durante toda a linha da vida das pessoas e não em curtos espaços de tempo.
O brasileiro já convive há um bom tempo com a estabilidade econômica. Isso mostra que ela veio para ficar. Agora, o setor financeiro e o Governo precisam tomar para si a responsabilidade de educar a população em relação à poupança. No passado, não usávamos o cinto de segurança porque não fazia parte da nossa cultura. Hoje colocar o cinto é um processo automático quando entramos no carro.
Educação também é assim, um processo que começa penoso e torna-se natural e automático quando é bem conduzido e quando apresenta resultados concretos para seu público-alvo.
O Brasil precisa crescer e se modernizar. A população precisa se endividar com critérios e na dose certa. Para essas duas metas, a poupança é imprescindível. Para as famílias, traz bem estar e segurança. E, para o país, permite que o crédito continue se expandindo. Principalmente no que ser refere ao crédito que irá financiar os investimentos tão necessários ao nosso desenvolvimento.
Hoje não precisamos mais dos cofrinhos. Necessitamos, sim, de uma mentalidade de longo prazo, produtos financeiros adequados e de uma lógica de prosperidade que coloque a poupança como amiga e aliada do consumo.
Fonte: IG
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário